J.Pingo, o Pacotão e o direito à cidade (em 1989)
Para aqueles que acham que o carnaval de Brasília começou com o “boom” dos blocos carnavalescos, vamos dar um pulinho em 1989 para saber um pouco mais sobre nossa história de resistência e amor ao carnaval, patrimônio e direito cultural do povo e da massa. Essa matéria (vídeo abaixo) gravada de dentro do Pacotão mostra que carnaval e o direito à cidade sempre desfilaram juntos nas tombadas rua da cidade.
A matéria relata as frustradas tentativas do governo de tirar os blocos e escolas de samba de seu trajeto original para colocar em locais sem qualquer ligação afetiva com os blocos. A beleza de tudo isso é reafirmar que o carnaval é expressão de seu povo e não um evento oficial decretado pelos governantes. O coordenador do Pacotão em 1989 era o artivista J.Pingo, ícone da resistência e da boemia de Brasília, que respondeu à repórter: “Pessoas de diversas ideologias que consistem o Pacotão, um pouquinho vai cá, um pouquinho vai lá, no final, todo mundo chega junto”, diz “Pingão”.
Grande articulador cultural, anárquico e sonhador, Jota Pingo foi quem colocou Renato Russo no palco da 508 Sul no Último Rango, no começo de 1980. Era uma ópera rock, que, ao final, servia sopa para os moradores de rua de Brasília. Antes de fazer a passagem em 2012 aos 66 anos, o artista revelou que sonhava em remontar o projeto. O diretor brasiliense Ramiro Grossero está finalizando um documentário sobre esse o agitador cultural tão importante na história de Brasília. Assista abaixo o teaser do filme J.Pingo e em breve nos melhores festivais.