O Poeta Vilão
A Rede Carnavalesca.org vem garimpando histórias e pessoas para descobrir um pouco mais sobre a trajetória do Carnaval brasiliense, patrimônio de nosso povo. O personagem desta matéria é o agitador cultural Joãozinho da Vila Planalto, que nos deixou ano passado por consequência de um acidente de moto. Além de participar da fundação do tradicional bloco Pacotão, Joãozinho também criou diversas marchinhas, era poeta, ritmista da Acadêmicos da Asa Norte e ajudou a fundar o Bloco de Rua da Vila, na Vila Planalto.
O “Poeta Vilão” lançou seu primeiro livro em 2005, intitulado “50 anos de obra em apenas um volume” o livro trazia 50 poemas inéditos. Em 2014 Joãozinho lançou seu segundo livro “Meu masculino é feminino”, uma coletânea de poesias do artista sobre o universo das mulheres, entre outros assuntos. Nascido em Unaí- MG, Joãozinho se mudou para Brasília no início dos anos 1960. Em 1976, quando tinha 16 anos, teve sua primeira experiência nos palcos com a peça “O Último Rang de Jota Pingo”, que contou com a participação de vários músicos da cidade, como a banda Aborto Elétrico.
Ativista pelos direitos culturais e líricos, o poeta certamente estaria neste carnaval entoando sua cuíca contra o fascismo e a falta de amor, tema recorrente em suas performances poéticas. No carnaval de 2018 Joãozinho da Vila foi homenageado com um boneco gigante (foto) que desfilará pelos blocos de Brasília que tanto amava. “O João não parava, estava sempre metido com alguma causa, sempre com a mesma paixão. Entusiasmado, disponível e generoso, esse era o João”, disse emocionada sua irmã Cristina Roberto.
Meu coração
Para usá-lo
agite-o bastante:
depois use-o sem
moderação…
JoãoZinho da Vila, do livro Meu masculino é feminino.
Fonte: Carnavalesca.org