Essa Boquinha Eu Já Beijei, Território de Respeito, Babado, Caminhão e Lacração
Chegando em seu quinto desfile, o Bloco de Carnaval de Rua Essa Boquinha eu Já Beijei aportou no eixo monumental, mais precisamente na Funarte, um espaço caro à militância cultural da decada de 90 em Brasilia.
Bloco na sua organização composto massivamente de mulheres, este ano juntou esforços com o Bloco Tuthan com as monas que se auto-intitula um bloco LGBT e foi para o seu terceiro carnaval.
Som mecânico, performances ao vivo que iam desde o funk empoderado ao axé anos 90 e coro tropicalista ao som de Gal com sua Gabriela. O tom dos blocos?
Respeito, liberdade e paz, mas que estão de olho em toda forma de opressão e a resposta à isso tudo é por o bloco na rua e assim foi e assim brilhou, um coro de 40 mil pessoas que tomaram todos os lados do gramado da Funarte.
Ocorrências?
Sim, infelizmente dezenas de furtos e aquela ala muitas vezes sem noção e desproporcional chamada gás de pimenta que fez com o som parasse no palco por falta de condições físicas propiciadas pelo sufocamento que o tal gás causa.
Ainda sobre essa tal ala do carnaval de Brasília (gás de pimenta), cabe ressaltar que há pelo menos 5 anos é uma pauta exaustivamente discutida. Particularmente não compreendo que o uso progressivo da forca se de dessa forma, alias, o próprio termo me parece inapropriado à uma forca que se localiza na capital do pais em um dos principais países da America Latina. Definitivamente não é assim que gosto de ver nossas policias. A humanização de tais forcas já provou em alguns países que com educação e cordialidade muda-se uma cultura violenta. Sonho com um tempo que ao invés de se usar o tal termo e ação “uso progressivo da forca”, nossas policias pudessem agir com abordagem progressiva-humanizada-prevent iva-de-vidas.
Mandados os recados em microfones lúdicos, humorados e principalmente empoderados comandados pela ativista lésbica-feminista e produtora cultural Luana Ferreira, o evento fechou redondo, no ápice da alegria meia hora antes do termino do alvará’ por decisão da produção do bloco preocupada com a dispersão de toda aquela massa colorida.
E mais uma vez o Carnaval de Rua de Brasília teve babado, caminhão, purpurina e muito close certo com Essa Boquinha eu Já Beijei e Tuthan com as Monas.
Dayse Hansa
Produtora Cultural, sapata convicta e foliã-aprendiz
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(Créditos: Dayse Hansa)