Economia Solidária no Museu da República

O encontro promovido pela Rede Carnavalesca.org na noite de ontem (17/04) no Museu Nacional Honestino Guimarães teve como foco a Economia Solidária, tema conduzido com maestria pela ativista social Fernanda Pacini. Esse bate-papo contou com a presença de membros da cadeia produtiva do carnaval do DF que compartilharam suas histórias e saberes.

Falar sobre Economia Solidária é evocar os ensinamentos do mestre Paul Singer, que virou estrela na noite desta segunda-feira (16) e que porém estava mais presente do que nunca. Singer foi um dos fundadores do PT e titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) durante os governos Lula e Dilma, era um estudioso da economia solidária e se tornou uma das referências internacionais no tema, com vários livros e artigos publicados. Apesar do termo “Economia Solidária” ter sido criado no Brasil, trata-se de um movimento mundial que diz respeito à produção, consumo e distribuição de riqueza com foco na valorização do ser humano. A sua base da Economia Solidária são os empreendimentos coletivos.

Fernanda Pacini iniciou sua fala estabelecendo um panorama sobre a Economia Solidária no mundo e apontou possíveis caminhos para a adaptação desses casos de sucesso à realidade brasileira e brasiliense. O debate teve como base o carnaval de Brasília sob a ótica dos principais pilares da Economia Solidária: a inclusão social, a diversidade cultural, a inovação e a sustentabilidade. Para Fernanda Pacini, “reconhecer o nosso valor cultural é o que nos fortalecerá como grupo para lutarmos por interesses em comum, no caso o carnaval do DF.”

O bloco Menino de Ceilândia estava representado na reunião por seu coordenador Airton Velez, que encantou aos presentes com seu depoimento acerca desses 23 anos de ativismo carnavalesco em sua comunidade. Segundo Velez, “nosso bloco é uma ação afirmativa com características próprias. Criamos um APL da cultura que nos permite atuar diretamente em nossa cidade, dependendo cada vez menos de recursos e burocracias do Estado.” Representantes da escola de samba ARUC, do bloco Calango Careta, do Galinho, entre outros, também compartilharam ricas experiências no campo da Economia Solidária, inspirando a todos e apontando caminhos possíveis e mais sustentáveis para a realização do carnaval do DF.

Para Juliana Andrade, coordenadora da Rede Carnavalesca.org, “o foco desta reunião é criar  indicadores que sejam base de políticas públicas sustentáveis para a realização e fomento do carnaval, o maior tesouro cultural de nosso povo.”

Paul Singer, presente!

 

Fonte: Carnavalesca.org