Seminário “Carnaval 2018 – Patrimônio da Humanidade”
Realizamos, nos dias 25 e 26 de junho de 2018, no Museu Nacional, o Seminário “Carnaval Patrimônio Cultural da Humanidade”. Destacamos o encontro histórico entre Blocos de Rua e Escolas de samba como principal colheita desta semeadura. O Distrito Federal sedia mais de 200 representações de países, e em muitos deles o Carnaval já é um patrimônio. Durante o Seminário, pudemos dar uma volta ao mundo, fortalecendo nossa latinidade e reconhecendo as políticas públicas de países vizinhos.
A apropriação da cidadania por quem brinca e protagoniza o Carnaval – os direitos aos quais devemos ter acesso – foram debatidos e propagados como forma de proteção e fomento, garantia e incentivo, para que as liberdades, o direito à cidade, a fertilidade da nossas vidas criativas sigam de fevereiro a fevereiro cada vez mais potentes. Iniciamos um ciclo e convidamos a todas e todos a compor conosco de Carnaval a Carnaval, realizações, reflexões e conquistas que garantam a maior festa popular do mundo de forma libertária, popular, humanizada, potente, diversa e com autonomia de suas comunidades protagonistas !
Com muito amor, suor e purpurina esse Seminário reuniu foliãs, foliões, carnavalescas e carnavalescos, agentes culturais, comerciantes, integrantes e dirigentes de Blocos de Carnaval, de Escolas de Samba e todos que amam e curtem o Carnaval de Brasília. A qualidade dos debates e encaminhamentos foram marcantes na História dos Direitos Culturais e na Construção de Políticas de fomento e proteção ao nosso maior tesouro criativo: o Carnaval. Agradecemos a participação de todas e todos, destacamos as participações culturais: Filhas de Oya, Martinha do Coco, Bateria Ritmo Quente (ARUC), Aparelinho, BNegão, registradas e tombadas como noites históricas no coração do Brasil e a favor do nosso maior tesouro Cultural. Fizemos História ! Viva Carnaval !A cada consciência, corpo, artista, arteira/o, brincante, pensante, sensitivo/a que compôs conosco o I Seminário “Carnaval Patrimônio Cultural da Humanidade” – construído e proposto pela sociedade civil – nossos agradecimentos.
Teve Oficina de Estandartes, ministrada por Letícia Helena, onde se trabalhou a criação e confecção do estandarte a partir de sua idealização, passando pela escolha das cores e técnicas de elaboração de apliques. BNegão também faz uma palestra/prosa de primeiríssima sobre “Carnaval e Cidadania”, ao lado de Gabriela Tunes, Teresa Cristina e Thomas Cooper Patriota, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento da Universidade de Sussex (UK), ministrando a apresentação “Carnaval e Cidadania”. A bateria Ritmo Quente da ARUC nos com uma apresentação, acompanhada de seu corpo de passistas, e Acadêmicos da Asa Norte, expôs alguns figurinos históricos feito para desfiles da Escola.
E por fim, Martinho da Vila fez a gente cantar forte e alto pra vida melhorar. Foi dele a palavra que abriu nosso seminário sobre Carnaval e as Políticas Públicas de Cultura – especialmente, as de Patrimônio. Compositor, cantor e pensador, Martinho é defensor dos direitos Culturais e Humanos e veio do Rio de Janeiro fortalecer e inspirar nossas vidas carnavalescas.
– A exigência de que exista uma PROMOTORIA exclusiva para tratar dos direitos culturais no DF. E que o MPDFT atue a favor da CULTURA e da garantia dos artigos 215 e 216 da Constituição Federal.
– Reinvidicamos que o Patrimônio Cultural Imaterial do DF seja salvaguardado, fomentado, registrado com estrutura devida e sobretudo participação, controle social e transparência.
– Seguiremos em reflexões, debates,consultas, trabalho e ações constantes para:
a) Possível criação do Estatuto da Foliona e do folião,
b) Registro do Carnaval do DF como Patrimônio Imaterial do DF
c) Ações de respeito aos direitos econômicos da cadeia de economia do Carnaval (que movimenta 18 bilhões por ano no Brasil)
d) Criar subsídios para construção de identidades e alteridades – diante de tamanha diversidade e beleza carnavalescas – em parceria com educadoras e educadores, construindo um campo de
fornecimento de conteúdo e programas para de ensino e projetos pedagógicos que queiram trabalhar com o Carnaval. Muitos temas são transversais a pauta carnavalesca: História, Linguagens, Gênero e Raça, Artes, Cidadania, Saúde, Economia, por exemplo.
e) Curso – Oficina direcionado para jornalistas e mídia sobre as especificidades do Carnaval e qual a melhor forma de comunicar sobre este Universo, sem perpetuar esteriótipos e preconceitos. E também, fortalecendo e fomentando potencialidades carnavalescas.
– Lutaremos pelo retorno do Desfile das Escolas de Samba do DF. Em especial, pela atividade das escolas nas comunidades. Pois, estas atividades proporcional desenvolvimento social e econômico em cada território e agremiação.
– Tomaremos algumas medidas para sensibilizar a Unesco no sentido de atuar na perspectiva da garantia dos direitos Culturais e a favor do acesso ao Carnaval sem violências como bombas e gás lacrimogêneo.
1º DIA
18h: check-in com entrega de brinde promocional
19h: abertura oficial
Palestra: CARNAVAL : “Patrimônio Cultural da Humanidade”
Palestrante: Martinho da Vila e Martinha do Coco
As autoridades representantes dos poderes públicos e da Unesco presentes ao evento farão uso da palavra
21:30 – Atividade Cultural: Martinha do Coco, Bateria Ritmo Quente – ARUC, Filhas de Oya
2º DIA
Mediação: Lydia Garcia – grande matriarca da família Garcia, militante do Mov. Negro e fundadora do BAzAFRO
9h – abertura dos trabalhos
MESA: CARNAVAL E PATRIMÔNIO – Realidade Transnacional – Tesouro reconhecido além das fronteiras, ou Carnaval como patrimônio e as possibilidades de integração, desenvolvimento e cooperação entre nações.
Experiências do Carnaval enquanto patrimônio mundial, reconhecido pela UNESCO:
– CARNAVAL DEL CALLAO – VENEZUELA
– CARNAVAL de ORURO – BOLÍVIA
– CARNAVAL de BARRANQUILLAS – COLÔMBIA
CARNAVAIS que têm fomento e proteção garantidos
URUGUAI –Carnaval + longo do mundo= 40 dias! (Patrimônio Cultural Nacional)
CUBA – Carnaval de Santiago e a Rede de Carnavais do Caribe
As falas serão apresentadas pelas representações diplomáticas de cada país.
11h – Carnaval e Patrimônio: identidade, ação, memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
– Moacyr de Oliveira (MOA) – Presidente da ARUC (Patrimônio Imaterial do DF)
– Luciene Velez (Nina) – Bloco Meninos da Ceilândia
– Ellen Krohn – Antropóloga, arte- educadora, especialista em patrimônio cultural
– Elizabeth Cintra – Bloco Asé Dudu
Representante Ministério Público
Representante do IPHAN
12h30 – 14h Intervalo pra almoço
14h – CARNAVAL E CIDADANIA – Muitos carnavais: da possibilidade do Estatuto da foliona e do folião ao Navio Pirata – de que lado nós sambamos ?
BNegão, Mc, cantor, compositor, Bota Som e agitador, integrante do PlanetHemp, BNegão Os Seletores de Frequência – e participante frequente do “Navio Pirata”, bloco da banda BaianaSystem, no carnaval de Salvador. Tereza Cristina – Sambista, Carnavalesca e ativista pelos direitos culturais e humanos
Thomas Cooper Patriota – Pesquisador em Desenvolvimento e Participação Social pela Universidade de SUSSEX- Brighton (UK)
Mediação: Gabriela Tunes – Bloco Ventoinha de Canudos
16h20 – CARNAVAL DO DF, Possibilidades e perspectivas
Presidente da Liga das Escolas de Samba, Protagonistas dos Blocos de Carnaval do DF
Mediação: Naira Altoé Daltro – Brasília Carnavaliá
Apresentação do Rizoma Carnavalesca – com resultado da pesquisa realizada
19h – Encerramento e atividade cultural
BNegão Bota Som + Aparelinho
FOTOS: RANDAL ANDRADE