Bloco do Eu Sozinho
Neste Carnaval de 2021, a prevenção à pandemia da COVID-19 foi prioridade. A programação ocorreu online e algumas ações sem aglomeração, também foram realizadas. É o caso do Bloco do Eu Sozinho que desfilou pelas ruas da Asa Norte. O artista Vanderlei Costa postou em suas redes sociais, fotos do desfile: “Bloco do Eu Sozinho, 2021”. Ele explica que a ação foi uma forma de manter o Carnaval e respeitar os enfrentamentos à pandemia da COVID – 19.
A ação remete ao Bloco do Eu Sozinho, que desfilou no Rio de Janeiro. O repórter Julio Silva se fantasiou e percorreu as ruas da cidade de 1919 a 1977. Ele carregava uma placa “Bloco do Eu Sozinho” e fez história no centro da capital carioca. E costumava falar sobre as cinco melhores coisas que existem na vida, segundo ele: “Deus, Brasil, Flamengo, Família e Carnaval”. Existe uma linda canção de Marcos Valle, inspirada também no “Bloco do Eu Sozinho”
No Bloco do eu sozinho
Sou faz tudo e não sou nada
Sou o samba e a folia de fantasia cansada
Sou o novo e o antigo
Sou o surdo e o entrudo
Visto farrapo e o veludo
Faço um breque, depois sigo
No bloco do eu sozinho
Sozinho sou cordão
Sou a esquina do caminho
Sou rei Momo e Damião
Sou o enredo da parada
Sou cachaça e sou tristeza
Pulando junto e sozinho
Faço da rua uma mesa
No bloco do eu sozinho
Sou São Jorge que passeia
Sou alguém que esquece a Lua
Em favor de uma candeia
Sozinho sou a cidade
Sou a multidão deserta
Pé na dança, mão aberta
Em busca da vida cheia
No bloco do eu sozinho
Sou a seda do estandarte
Sou a ginga da baiana
Sou a calça de zuarte
Sou quem briga e deixa disso
Sou Oropa e Aruanda
Sou alegria de Rosa
Que nunca brinca em serviço
No bloco do eu sozinho
Sou a sorte e o azar
E o folião derradeiro
Que abre os braços pra brincar
Sou passista e sou pandeiro
E nas pedras da calçada
Sou a lembrança mais fria
De um mundo sem madrugada
No bloco do eu sozinho
De toda e qualquer maneira
Na bateria calada
Nas cinzas de quarta-feira
Nos confetes da calçada
Nas mãos vazias de Rosa
Sou alegria teimosa
Sambando pra não chorar