Certa vez, a pedido do seu parceiro Hermínio Belo de Carvalho, o portelense Paulinho da Viola fez um samba exaltação à Mangueira – Sei Lá Mangueira, que se tornou um dos hinos da verde e rosa. A ousadia deixou os portelenses irritados e, pra acalmá-los, Paulinho da Viola os presenteou com o clássico e antológico Foi um Rio que Passou em Minha Vida, que até hoje encanta e seduz os corações portelenses.

Agora, outra pequena “traição” ronda Madureira. Dessa vez, cometida pelo imperiano Pretinho da Serrinha. Que, assim como o mangueirense Hermínio Belo de Carvalho, convocou um portelense para ser cúmplice da “traição”. No caso, uma portelense. Depois de ver o desfile da Portela, fechando o desfile de domingo de 2020, com o dia amanhecendo, Pretinho da Serrinha escreveu os primeiros versos de Elegante Amanhecer, encantado com o lindo azul portelense se misturando ao do céu carioca.

“Eu estava comentando o Carnaval de 2020 e a Portela foi a última escola a entrar na Avenida. O dia estava raiando, aí juntou o azul do céu com o brilho do sol e ficou uma coisa impressionante. Fui para casa, dormi e já acordei cantando uma primeira parte: ‘Foi lindo de ver sua Portela’. Vi então que precisava achar um portelense para me defender, porque não ia chegar na Serrinha falando que fiz um samba inteiro pra Portela — explicou Pretinho ao jornalista Leonardo Bruno. “Liguei para Marisa Monte e ela disse: ‘Vem pra cá, a gente almoça e faz o samba’. E foi assim que aconteceu. A gente consegue ver a Marisa total na segunda parte do samba. É uma homenagem àquele carnaval de 2020 que a Portela poderia ter facilmente ganhado também”, completa Pretinho.

E assim surgiu mais um lindo samba, dessa vez de um imperiano de fé, para louvar a Majestade do Samba. Uma justa “traição”:

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