Rede Carnavalesca realiza encontro sobre Economia do Carnaval no DF

A Economia do Carnaval foi o tema do encontro promovido pela Carnavalesca.org, na noite da terça 17/04, no Museu Nacional. O evento foi conduzido com maestria pela ativista social Fernanda Pacini e contou com a participação de protagonistas da cadeia produtiva do carnaval do DF, que compartilharam suas histórias e saberes. A data coincidiu com a passagem  do mestre Paul Singer, nossa referência em Economia. Portanto, dedicamos o encontro a este grande ser inspirador. E terminamos o encontro com a certeza de que todas e todos presentes tiveram mais inspiração sobre suas atividades carnavalescas e sua cidadania, seus direitos econômicos.

Por isto, sentimos o mestre Paul Singer “mais presente do que nunca” entre nós. Singer foi um dos fundadores do PT e titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) durante os governos Lula e Dilma, era um estudioso da economia solidária e se tornou uma das referências internacionais no tema, com vários livros publicados. Apesar do termo “Economia Solidária” ter sido criado no Brasil, trata-se de um movimento mundial que diz respeito à produção, consumo e distribuição de riqueza com foco na valorização do ser humano. A sua base da Economia Solidária são os empreendimentos coletivos e a perspectiva da solidariedade e justiça.

Fernanda Pacini apresentou um panorama sobre conceitos e definições da  Economia Solidária, Criativa e Cultural no mundo e apontou possíveis caminhos para a adaptação desses casos de sucesso à realidade brasileira. A atividade ressaltou metodologias e buscou situar o carnaval do DF sob a ótica dos principais pilares:  inclusão social, diversidade cultural, inovação e sustentabilidade. Para Fernanda Pacini, “reconhecer o nosso valor cultural é o que nos fortalecerá como grupo para lutarmos por interesses em comum, no caso o carnaval do DF.”

O bloco Menino de Ceilândia estava representado na reunião por seu coordenador Airton Velez que encantou aos presentes com seu depoimento acerca desses 23 anos de ativismo carnavalesco na comunidade. Segundo Velez, “Nosso bloco é uma ação afirmativa com características próprias. Criamos um APL da cultura que nos permite atuar diretamente em nossa cidade, dependendo cada vez menos de recursos e burocracias do Estado.” Representantes da escola de samba ARUC, do bloco Calango Careta, do Galinho, entre outros também compartilharam ricas experiências no campo da Economia Solidária, inspirando a todos e apontando caminhos possíveis e mais sustentáveis para a realização do carnaval do DF.

Para Juliana Andrade, coordenadora da Rede Carnavalesca.org, “o foco desta reunião é criar  indicadores que sejam base de políticas públicas para a realização e fomento do carnaval, o maior tesouro cultural de nosso povo.” Após o encontro foi pactuado que será formulado um documentos síntese do debate, muito oportuno e qualificado. E que uma nova atividade sobre este tema será realizada. A Rede Carnavalesca agradece a presença dos representantes das escolas de samba, blocos alternativos, blocos independentes, blocos de rua, pesquisadores, brincastes e gestores de territórios e comunidades de carnaval. Foi muito oportuno pensar coletivamente sobre nossa metodologia e qual cadeia econômica queremos sustentar – nossos valores, nossas trocas, nossos núcleos criativos, nossos Arranjos Produtivos Locais. Se liga, que mas que vem tem mais – Economia e Carnaval.

Paul Singer, presente!

 

 

Fonte: Carnavalesca.org