Maria Sabina e o Pacotão, uma história de anarquia no carnaval

A Banda Maria Sabina e a Pêia venceu o tradicional concurso de marchinhas do bloco Pacotão em 2018 em Brasília. Foi a primeira vez que uma mulher venceu o concurso e com uma letra pra lá de anárquica sobre nossa realidade política.

E a sua história carnavalesca, que tal compartilhar com a gente?

“O Pacotão foi um tornado que passou no meu carnaval e provocou uma reviravolta nos meus planos. Esse bloco anárquico, sem regras e bagunceiro me desafiou a escrever uma marchinha e depois me convidou a ser a cantora do bloco no dois dias de carnaval. Não estava nos meus planos e realmente foi um desafio que me fez crescer artisticamente. Pra dar conta de lidar em tempo recorde com a Banda Podre (banda do Pacotão) e com essa diretoria apaixonadamente anárquica, eu precisei crescer um pouco e entender a fórmula que os levou a atingir 40 anos de existência na contramão. Segundo o presidente do bloco, o Joka Pavarotti, eu fui a primeira mulher a ganhar o concurso de marchinhas. Isso me deixa muito orgulhosa e foi um prazer ser integrada a um grupo tão debochado e brincalhão! Eles gostaram de mim e eu gostei deles, neste carnaval eles me ensinaram a fazer tudo ao contrário, tudo. Os braços abertos do Pacotão me chamando à ajudá-los nessa batalha pela conquista dos corações e mentes do povo me ensinaram que todas as regras estão aí pra serem quebradas, todas as leis estão aí pra serem desobedecidas e que eu mesma não preciso buscar aprovação de ninguém, só preciso ser eu mesma”.

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