De onde vem o Carnaval?

Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Nós do Carnavalesca, separamos uma cronologia completa pra você! Venha conhecer esse universo colorido com a gente!

Arte: Tiago Botelho

Do entrudo ao carnaval carioca:

1570 – Chegam ao Rio de Janeiro os primeiros trabalhadores escravizados vindos da África.

1600 – Pela primeira vez, brinca-se o carnaval sob a forma de Entrudo: os foliões, com baldes, barricas e latas, a atiravam água com limão uns nos outros. Alguns mais “eufóricos” lançavam pedras e dejetos.

1604 – Pela forma agressiva com que os foliões se divertiam, o governo pela primeira vez interveio e proibiu os Entrudos.

1608 – Após 1605, vários grupos insistiram em sair às ruas “brincando” em forma de Entrudo. Neste ano, o governo voltou a proibiu a manifestação.

1641 – Comemora-se no Rio a aclamação de D. João IV no trono de Portugal. Saem às ruas os préstitos, ao som de músicas e fantasiados com máscaras. Segundo os historiadores, esta foi considerada a primeira manifestação carnavalesca no Rio de Janeiro. Muitos estudiosos consideram o ano de 1641 marco zero do carnaval carioca.

1680 – Mais uma vez é proibido o Entrudo.

1689 – A polícia proíbe pela primeira vez, no Rio, as “máscaras e os encapuzados” nas ruas.

1691 – É reiterada a proibição do Entrudo, que continuava saindo às ruas no carnaval carioca.

1700 – Novo edital proíbe no Rio as “máscaras e encapuzados”.

1711 – Um grupo de mascarados entrou na Rua da Quitanda e assassinou Declerc, comandante da frustrada invasão francesa.

1734 – Mais uma vez as autoridades proíbem o Entrudo.

1748 – Passa a ser usual no Rio a Folia Negra da Coroação dos Reis do Congo, que é realizada na confraria do Rosário e de São Benedito. Daí nasceram os Congos e Cocumbis.

1763 – Festa em homenagem ao nascimento de D. José, primogênito de D. Maria I, com desfiles de carros alegóricos.

1786 – Três dias de festas no Rio com préstitos de “carros de ideias” para celebrar o casamento, em Lisboa, de D. João e D. Carlota Joaquina. O desfile com carros alegóricos, músicas e danças (préstitos) saiu com passeio público e terminou no Campo dos Ciganos (hoje Santana). Os carros alegóricos foram idealizados e executados pelo tenente agregado Antônio Francisco Soares.

1790 – Pratica-se no Rio, no período da Quaresma, a chamada Serração Velha. O evento foi considerado por muitos o início do Carnaval, por ter música, canto e dança.

1795 – Registra-se no Rio a antiga Folia do Rei Baltazar, espécie de festa de Reis, realizada por negros no campo de São Domingos (depois Praça Tirandentes), que veio a desaparecer dez anos depois.

1800 – As procissões religiosas se transformaram em grandes festas populares. As mais representativas percorriam as ruas com encenação e figuras consideradas carnavalescas.

1808 – Edital do vice-rei proíbe o Entrudo no Rio.

1810 – Novo edital proibindo o Entrudo; mesmo com a atuação da polícia, o evento continua a correr.

1816 – Ferdinand Denis cria uma ópera durante o Carnaval, com apoio no tema “Entrudo”. Chega ao Rio a missão francesa que traz Debret, Taunay, Grandjean de Montighy e outros, que divulgam a arte e cultura européias no Brasil.

1824 – Augusto Earle registra em desenho a realização do Entrudo em casas “suspeitas”, no centro do Rio.

1825 – Os mais famosos bailes eram realizados pelas famílias da marquesa de Belas, dos Carneiro Leão, dos Carvalho e Melo e do barão do Rio Seco.

1831 – Os jornais anunciavam mais uma vez o Entrudo como principal entretenimento popular.

1834 – Os jornais destacam, em suas manchetes, a venda das primeiras máscaras carnavalescas na Rua do Ouvidor.

1836 – Antes da Quaresma, várias lojas anunciavam máscaras e fantasias para o próximo Carnaval.

1840 – No cordão de foliões, “Índios”, registra-se o canto e a dança do jongo. O chamado carnaval chique começa a substituir o Entrudo brutal, com o surgimento das fantasias e das máscaras.

  • Realiza-se no Rio, no Hotel Itália, o primeiro baile carnavalesco aberto ao público. As músicas tocadas são: valsas, habaneras, quadrilhas e o schottisch (futuro xote).

1845 – Chega ao Rio e é tocada nos salões uma nova música chamada polca. Organiza-se a Sociedade Polca Brasileira.

1846 – A atriz Clara Delmastro realiza no Teatro São Januário o que muitos historiadores consideram o primeiro baile fechado de Carnaval do Rio, com serviço de ceia, máscaras, música e muita fantasia.

  • Outra festa popular que tem lugar no Rio de então: a “Queimação do Judas”, que marcou o dia de Aleluia.
Arte: Tiago Botelho

1848 – José Nogueira de Azevedo Paredes, sapateiro lusitano, sai à rua com um bombo (hoje chamado de surdo) e cria a figura do “Zé Pereira”. Essa data, para alguns historiadores afirmam que, por meio desta manifestação, surgem os blocos de rua, já que o povo acompanhava o “Zé Pereira” por onde ele passasse.

1850 – Morre no Rio, vítima da “molhança” do Entrudo, o arquiteto francês Grandjean de Montigny.

1851 – A polícia proíbe a realização do Baile do Oriente, frequentado por rameiras, capoeiristas e jogadores a dinheiro. O baile agitava as noites da Rua do Teatro.

  • Entra em moda a dança do schottisch (futuro xote).

1853 – Edital do desembargador Siqueira proíbe o Entrudo. E, de fato, consegue-se pela primeira vez evitar sua realização.

1855 – É fundado o Congresso de Sumidades Carnavalescas, primeira das Grandes Sociedades no carnaval carioca.

  • Surgem os “fantasiados” de dominós, a grande sensação da época.

1856 – Surge a Sociedade União Veneziana, primeira concorrente da Sumidadades.

1862 – Henrique Fleuiss estampa na Revista Ilustrada a figura carnavalesca do Rei Momo. A cidade ganha o seu serviço de esgotos e fossas e as valas do Campo de Santana são aterradas.

1870 – Surge o maxixe, a dança urbana brasileira. E surge como primeira tentativa de criação da canção carnavalesca, a música E viva o Zé Pereira.

1972 – Noticia-se a existência de um rancho carnavalesco, o Dois de Ouro.

1877 – Surgem os Pufes.

1879 – Promoção do “Baile Imperial do Teatro Pedro II”.

1880 – Desfile da Sociedade Carnavalesca dos Cocumbis, primeiro cordão organizado da cidade.

1883 – Cai do carro alegórico dos Fenianos, e morre, a foliona Ivete. Ela participava do carro principal (carro-chefe) como destaque.

1886 – Segundo Eneida, os jornais registram pela primeira vez a palavra “cordão” para definir grupos de foliões mascarados e aguerridos.

1887 – Início das decorações de Carnaval nas ruas do centro do Rio. O carnaval organizados chega aos subúrbios.

1888 – Os Democráticos passam a denominar-se Clube dos Democráticos e as Grandes Sociedades participam ativamente do movimento pró-abolição da escravatura.

  • Surge a figura do Zé Côdea, ancestral do sujo de hoje.

1889 – Chiquinha Gonzaga compõe para o famoso cordão “Rosa de Ouro” a marcha Abre Alas – protótipo da canção carnavalesca.

  • Surge um novo modismo no Rio: o aluguel de janelas dos casarões do centro da cidade, para que as famílias pudessem assistir à passagem dos préstitos e passeatas.

1892 – Grande voga dos pufes (Surgidos em 1877, consistia em ritmos cadenciados cujas letras provinham de obras literárias de escritores, jornalistas e poetas, por meio dos quais Grandes Sociedades exaltavam seus próprios méritos e criticavam seus adversários. Possivelmente precursores dos sambas-enredo.)

  • O aparecimento do confete e da serpentina é a grande novidades nas passeatas, préstitos e cordões.
  • Na cidade, pela primeira vez, promovem-se dois carnavais. Um no verão (fevereiro), outro no inverno (junho). Causa: a febre amarela que transferiu oficialmente o Carnaval de fevereiro para junho.

1895 – Criação do Dia dos Blocos.

1897 – Começa a se usar o confete dourado.

1900 – Aparecimento do Afoxé.

  • Surge a figura histórica do malandro, caracterizada principalmente na Praça Onze e Estácio. Dos grupos de boêmios e valentões, surgem especificamente os malandros do Carnaval.

1902 – Este ano foi considerado o dos Cordões. A polícia licenciou nesta temporada 200 cordões carnavalescos.

1903 – As Sociedades começam a apresentar em seus préstitos imensos carros alegóricos.

1904 – Surge a designação “sujo” para os mascarados maltrapilhos.  

1906 – Inicia-se a venda do lança-perfume.

  • Os desfiles deixam de se realizar na Rua do Ouvidor e se tornam mais constantes na recém-inaugurada Avenida Central.
  • Primeiro concurso de cordões carnavalescos, promovido pelo jornal Gazeta de Notícias.
  • Iniciam-se os bailes infantis.
  • Realizada a primeira Batalha de Confete, promoção da Gazeta de Notícias, no trecho compreendido entre o antigo pavilhão mourisco e a estátua do almirante Tamandaré.
  • Primeiros desfiles de cordões carnavalescos na Avenida Central.
  • É fundado o Rancho Carnavalescos Ameno Resedá, o mais famoso de todos os tempos.
  • Luiz Edmundo assinala com alegria a morte do “Zé Pereira”, que agonizava desde 1904. Muitos combatiam as apresentações barulhentas do lusitano, ao som do seu bombo ou zabumba, e a castiga características, apoiada na melodia de Le Pompiers de Nanterre.
Arte: Tiago Botelho

1908 – O surgimento do clube “High-Life”, no palacete de “Pascoal Segreto”, transformou a vida noturna da cidade, com a realização de grandes bailes carnavalescos e configurando-se o ponto de encontro da boêmia (Rua Santo Amaro, no Largo da Glória). O clube existiu até 1956.

1909 – O “High-Life” promove o primeiro concurso de fantasias.

1910 – O palhaço negro Benjamim Oliveira personifica, pela pirmeira vez, no Circo Spineli, em peça, o “Rei Momo”.

1911 – Os grandes clubes carnavalescos resolveram desfilar nas terças-feiras “gordas”.

  • Incorporam-se às festas pré-carnavalescas as Batalhas de Confete.
  • Começa a decadência dos cordões.
  • A grande força do Carnaval são os ranchos carnavalescos.
  • A Avenida Central é iluminada com 50 mil lâmpadas, para a realização dos desfiles.

1912 – A morte do barão do Rio Branco, poucos dias antes do Carnaval, fez com que o governo o transferisse para abril, começando no Sábado de Aleluia e terminando na terça. Apesar da decisão governamental, os foliões comemoram o Carnaval na data habitual e, em abril, condicionando a existência de dois carnavais.

1913 – Surgem fantasias mais simples como as de “marinheiro”, em substituição às tradicionais de “velho”, “morcego”, “caveira” e “diabinho”. Os ranchos carnavalescos passam a se apresentar no Passeio Público, em concurso, disputando um troféu de bronze oferecido pela Cervejaria Hanseática. Os ranchos mudam sua forma de apresentação, que era simples e se realizava no Largo de São Domingo, na “Lapinha” de Tia Balbina: transformam-se em belos espetáculos, verdadeiras óperas ambulantes.

1914 – Evolução dos pufes.

  • O corso tem o seu ponto alto na avenida Rio Branco.
  • O grande escândalo da época, noticiado pelos jornais, foi a execução do Corta-Jaca da maestrina Chiquinha Gonzaga, em uma recepção palaciana. A maestrina tinha, então, a admiração de dona Nair de Teffé, primeira-dama da Nação.
  • Os “Fenianos” no dia 12 de abril (Domingo de Páscoa) promoveram no Rio um micarême.

1917 – Lançamento do samba Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida.

1918 – Fundação do Cordão da Bola Preta. (Dia 31 de dezembro).

1919 – Os jornais noticiam pela primeira vez o “Bloco do Eu Sozinho”, criado por Júlio Silva, que desfilava pelas ruas da cidade fantasiado de Clown – popularizado como “Clóvis”.

O carnavalesco, que desfila com a cara pintada, carregava uma tabuleta com “tiradas” humorísticas e maliciosas. Júlio Silva deixou de desfilarf em 1972 e falceciu em 9 de julho de 1979.

1920 – Surge a marchinha carnavalesca. Um fusão de polca com o one-step e o ragtime americano. Trata-se de Pé de Anjo, de Sinhô.

1925 – Realiza-se a primeira Batalha de Confete na Avenida Atrlântica.

1926 – Primeiro banho de mar a fantasia.

1927 – Os cronistas carnavalescos realizam uma Batalha de Confete na Quinta da Boa Vista.

  • Aparecimento do lança-perfume rodo metálico.
  • – Estréia no Carnaval carioca o compositor Lamartine Babo, que na década de 30 revolucionária a música carnavalesca com a marcha Os Calças Largas, em parceria com Gonçalves Oliveira, e na interpretação de Frederico Rocha.

1928 – Fundação da Deixa Falar historicamente considerada a primeira escola de samba.

  • Fundação da “Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira”.

1929 – Com o surgimento dos bondes, o Carnaval ganha um novo atrativo. Por ser um veículo aberto e de integração entre os bairros, se transformou em um dos meios de o povo brincar o Carnaval.

  • Realiza-se o primeiro concurso entre escolas de samba.

1930 – Firma-se a expressão batucada.

1932 – Realiza-se o I Baile Carnavalesco do Teatro Municipal.

  • O Carnaval carioca é oficializado.
  • Nascem as principais gafieiras na Praça Onze.
  • Lamartine Babo lança a marchinha O Teu Cabelo Não Nega, que é considerada o maior sucesso do Carnaval.
  • A escola de samba “Deixa Falar” se transforma em rancho carnavalesco.

1933 – O desfile das escolas de samba passou a fazer parte do programa oficial do Carnaval, elaborado pela Prefeitura do Distrito Federal e pelo Touring Club. O concurso foi patrocinado pelo jornal O Globo e, na época, estabeleceu-se o primeiro regulamento dos desfiles com a proibição dos instrumentos de sopro e obrigatoriamente da ala das baianas.

1934 – Em promoção do jornal A Noite, surge o primeiro Rei Momo, chamado na época de “carne e osso”, já que anteriormente o soberano do Carnaval era representado por um boneco de papelão.

  • Fundada a União das Escolas de Samba.
  • A “Mangueira” criou o grupo mirim de bateria, com mestre-sala e porta-bandeira, cujas fantasias eram confeccionadas em papel crepom.

1935 – As escolas de samba foram oficialmente reconhecidas, tendo que legalizar sua situação na Delegacia de Costumes e Diversões, onde recebiam o alvará de funcionamento e eram registradas como “Grêmios Recreativos”, passando a receber subvenção da Prefeitura.

  • Copacabana realiza seu primeiro banho de mar a fantasia, no Posto 4, uma promoção do jornal A noite.

1936 – Destacam-se como impulsionadoras do Carnaval as canções carnavalescas. As principais foram Palpite Infeliz, de Noel Rosa, e Pierrot Apaixonado, de Noel e Heitor dos Prazeres.

  • Instituído o primeiro concurso oficial oficial de fantasia do Teatro Municipal.

1937 – Mais de 300 canções carnavalescas são lançadas. O grande sucesso foi Mamãe eu Quero, de Jararaca e Vicente Paiva.

  • Pela primeira vez são instalados alto-falantes nos postes da Avenida Central e tablados nas Praças Floriano e Paris.

1939 – A Prefeitura do Rio assume a responsabilidade da organização e patrocínio dos desfiles carnavalescos.

1942 – Decreto do prefeito Henrique Dodsworth determina a construção da Avenida Presidente Vargas e os jornais anunciam a realização do último Carnaval carioca da Praça Onze. Artistas e carnavalescos protestaram e Herivelto Marins e Grande Otelo fazem a música A Praça Onze.

  • Os eventos carnavalescos são realizados na Rua do Ouvidor e Avenida Central.
  • Orson Welles chega ao Brasil para filmar o Carnaval.

1943 – Deste ano a 1945, foram realizados os desfiles chamados Carnavais de Guerra. Os eventos contaram com o patrocínio da Liga de Defesa Nacional e a União Geral das Escolas de Samba.

  • Com a abertura da Avenida Presidente Vargas, desaparece o Largo S. Domingos, cenário das primeiras apresentações carnavalescas.
Arte: Tiago Botelho

1947 – É fundada a Federação das Escolas de Samba, por representantes dissidentes das agremiações.

1951 – A “Império Serrano” participa do filme de Moacyr Fenelon, intitulado Tudo Azul.

  • Extingue-se a União Cívica das Escolas e cria-se a Confederação das Escolas de Samba.

1952 – Com a extinção no ano anterior da União Cívica, efetiva-se a fusão entre a Federação e a União Geral das Escolas de Samba, surgindo então, a Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

1956 – O clube High-Life um dos principais resíduos da boêmia, encerra suas atividades.

  • Emilinha Borba grava o samba-de-enredo do Salgueiro Brasil – Fonte das Artes, de Djalma Sabiá, Eden Silva (Caxanê) e Nilo Moreira. Este foi o primeiro samba-de-enredo a ser gravado.

1957 – É introduzido o “passo-marcado” nas Escolas de Samba, pela “ala dos impossíveis”, da Portela, que consistia em uma coreografia na qual eram utilizadas alegorias de mão: “espadas”. O objetivo era chamar a atenção, a fim de se esconder o efeito pobre das perucas de sisal.

1958 – A canção carnavalesca, em decadência, dá sinal de recuperação com a execução de várias músicas em programações radiofônicas. Destacam-se Fanzoca do Rádio, de Miguel Gustavo, Os Rouxinóis, de Lamartine Babo, e o samba Madureira Chorou, de Carvalinho e Júlio Monteiro.

  • Com a demolição do prédio onde hoje existe o edifício Avenida Central (Rio Branco, 156), desaparece a Galeria Cruzeiro, ponto de encontro de artistas, boêmios e intelectuais.

1959 – Pela primeira vez um escola de samba – Acadêmicos do Salgueiro – desfila sem corda (isolamento do público), norma até então exigida no regulamento de desfiles.

1960 – Fernando Pamplona e sua equipe, formada por Dirceu e Marie Louise Nery, Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, iniciam no Salgueiro um trabalho que iria revolucionar a estética dos carnavais das escolas de samba, com o enredo Quilombo dos Palmares. Pela primeira vez, o regulamento dos desfiles previa a perda de pontos por atraso no início dos desfiles. Eram os chamados pontos negativos que estavam sendo introduzidos para evitar os grandes atrasos provocados pelas escolas. Na classificação normal, o Salgueiro obteve 95 pontos positivos, a Mangueira 98 e a Portela 100. O Salgueiro não tinha pontos negativos, mas a Mangueira e a Portela deveriam perder, cada uma, 15 pontos negativos. Não foi possível dar o resultado final (o Salgueiro seria campeão), pois a apuração terminou em pancadaria. Dias depois chegou-se a um acordo, proclamando-se as cinco grandes escolas em primeiro lugar. Deixa existir no regulamento dos desfiles o quesito riqueza, escultura e iluminação.

1962 – Pela primeira vez o Departamento de Turismo constrói arquibancadas no local dos desfiles, e assume a venda de ingressos.

1965 – É fundada a Federação dos Blocos Carnavalescos do Estado do Rio de Janeiro.

  • Desaparecem os bondes da cidade.
  • Todas as escolas de samba fizeram enredos alusivos ao IV Centenário da Cidade.
  • Foram as seguintes as inovações introduzidas pela Secretaria de Turismo:
  • Construção de degraus nos locais onde ficava o público que não comprava ingresso;
  • Palanques no fim de avenida para os integrantes das escolas de samba;
  • Passarela sobre a área do desfile para a instalação de câmeras de televisão e microfones das rádios; e
  • Palanque especial para os fotógrafos.
  • Foi criado também o desfile das Escolas Campeãs no sábado seguinte ao Carnaval.

1970 – Com a unificação das entidades do samba, a única representante das escolas de samba no Rio passa a ser a Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. Essa iniciativa se deveu a Amauri Jório, seu presidente, que promoveu uma série de inovações na entidade.

1973 – Realiza-se o último desfile das escolas de samba na Avenida Presidente Vargas, devido ao início das obras do Metrô.

1984 – No dia 2 de março (sexta-feira), inaugura-se a Avenida dos Desfiles, popularmente chamada de Sambódromo, hoje, por lei, denominada Passarela do Samba. Com a construção da tão sonhada Passarela e a criação da Liga Independente das Escolas de Samba, as agremiações do 1º Grupo de subdividem, passando a desfilar no domingo e segunda-feira, com determinado número de escolas em cada dia.

  • As escolas vencedoras do 1º Grupo (com a adoção dos desfiles em dois dias), passaram a disputar o título do Supercampeonato no sábado seguinte ao Carnaval.
  • Cria-se a Coordenação de Jurados sob a direção do pesquisador Hiran Araújo, e realiza-se o primeiro Curso de Formação (preparação).
  • As notas dos quesitos de julgamento passaram a valer de 5 a 10 pontos.
  • No regulamento das escolas, deixa de constar a exigência de a comissão de frente desfilar atrás do abre alas.
  • Criação do Império do Futuro, primeira escola de samba mirim do Carnaval carioca.

Fonte: Livro – Sob Signo do Carnaval, autora: Marlene Soares